A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um alerta global na segunda-feira (06) sobre o crescimento do uso de cigarros eletrônicos entre adolescentes. De acordo com um novo relatório da entidade, aproximadamente 15 milhões de jovens entre 13 e 15 anos utilizam esses dispositivos em todo o mundo. O estudo revela ainda que adolescentes têm nove vezes mais chance de iniciar o consumo de produtos com nicotina do que os adultos, evidenciando o impacto das estratégias de marketing e da fácil disponibilidade desses produtos no mercado. Durante a apresentação do documento em Genebra, na Suíça, o diretor do Departamento de Controle de Doenças Crônicas e Prevenção da Violência e dos Traumatismos da OMS, Etienne Krug, alertou que os cigarros eletrônicos estão revertendo conquistas obtidas ao longo de décadas no combate ao tabagismo. Krug ressaltou que, embora esses dispositivos sejam vendidos como alternativas “menos nocivas”, acabam iniciando uma nova geração de dependentes de nicotina, comprometendo a saúde pública e os avanços contra o vício. Diante do cenário, a OMS reforçou a urgência de políticas mais rígidas de regulação, venda e publicidade de cigarros eletrônicos, com foco especial na proteção de crianças e adolescentes, principais alvos das campanhas de promoção desses produtos.
O aumento de casos de envenenamento por metanol no Brasil fez com que o governo federal acelerasse medidas emergenciais para garantir o acesso ao fomepizol, antídoto considerado padrão mundial para esse tipo de intoxicação. O medicamento não é fabricado nem comercializado no país, o que levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a acionar autoridades internacionais e publicar um chamamento global para localizar estoques disponíveis. Segundo a Anvisa, já foram estabelecidos contatos com órgãos reguladores dos Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Reino Unido, Japão, China, Argentina, México, Suíça e Austrália. O objetivo é reduzir a burocracia e permitir que o produto chegue rapidamente aos hospitais brasileiros. O fomepizol é essencial porque bloqueia a conversão do metanol em substâncias altamente tóxicas, responsáveis por danos neurológicos e hepático. Na ausência do remédio, médicos recorrem ao etanol grau farmacêutico como alternativa temporária, mas especialistas alertam que essa estratégia não é tão eficaz e envolve riscos adicionais ao paciente. Além da corrida pelo antídoto, o Ministério da Saúde mobilizou laboratórios de referência — entre eles o Lacen do Distrito Federal, o laboratório municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz — para analisar bebidas suspeitas. Equipes de vigilância sanitária também iniciaram fiscalizações em diferentes estados, em busca de produtos adulterados que possam estar em circulação. Enquanto a rede hospitalar aguarda a chegada do fomepizol, o Ministério reforça que qualquer suspeita de intoxicação deve ser comunicada imediatamente ao Disque-Intoxicação (0800-722-6001), serviço nacional que integra 13 centros especializados.
A Secretaria de Saúde de São Paulo divulgou um alerta após a identificação de casos de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas falsificadas. Só em setembro de 2025, foram registradas pelo menos nove ocorrências, incluindo duas mortes, envolvendo jovens que consumiram destilados adquiridos em bares, restaurantes, adegas e empórios da capital. O metanol é um álcool industrial altamente tóxico e não deve ser confundido com o etanol, presente em bebidas seguras. Sua ingestão pode causar danos graves ao cérebro, fígado e rins, além de provocar cegueira irreversível e até coma em poucas horas. A contaminação ocorre principalmente em bebidas produzidas de forma clandestina ou adulteradas. As autoridades de saúde recomendam cautela extrema: evitar consumir bebidas alcoólicas em estabelecimentos de São Paulo até que a Vigilância Sanitária confirme a segurança; descartar produtos comprados nos últimos 30 dias, mesmo que não haja relatos diretos de intoxicação; e observar sinais de alerta como dor de cabeça intensa, náuseas, cólicas, visão turva ou confusão mental. Em caso de sintomas, é fundamental buscar atendimento médico imediato, pois tratamentos como hemodiálise podem salvar vidas e prevenir danos permanentes à visão. O alerta reforça a importância do consumo consciente e da divulgação responsável das informações para proteger a população.
A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) acendeu um alerta em agosto após identificar um crescimento alarmante dos casos de sarampo no continente. Em comparação com 2024, o número de registros saltou 34 vezes, ultrapassando a marca de 10 mil confirmações e resultando em 18 mortes em dez países da região. No Brasil, até o fim de agosto, foram contabilizados 24 casos, sendo 19 somente no Tocantins. Apesar de o país figurar entre os que apresentam índices mais baixos, as autoridades de saúde mantêm atenção redobrada devido à facilidade de transmissão do vírus. A virologista Marilda Siqueira, da Fiocruz, ressalta que a única forma eficaz de conter a propagação é ampliar a cobertura vacinal. O sarampo é conhecido pela alta capacidade de contágio. Transmitido pelo ar, a partir de secreções de pessoas infectadas, pode atingir qualquer faixa etária. Os sintomas mais comuns são febre elevada, manchas avermelhadas na pele, coriza e olhos irritados. Em casos graves, a doença pode levar a complicações sérias, como pneumonia, encefalite, diarreia intensa e até perda da visão, especialmente em crianças desnutridas e indivíduos com baixa imunidade. As autoridades de saúde recomendam que pais e responsáveis mantenham a carteira de vacinação em dia, sobretudo em um cenário de rápida disseminação da doença no continente.
O debate sobre o uso das chamadas “canetas emagrecedoras” voltou a ganhar força no Congresso Nacional. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) se posicionou favoravelmente à incorporação, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), dos medicamentos semaglutida e tirzepatida, utilizados no tratamento da obesidade. O tema ganhou destaque após a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) rejeitar, em agosto, a adoção dos fármacos na rede pública. A justificativa foi o alto custo dos tratamentos, que, segundo o órgão, inviabilizaria a distribuição em larga escala. A decisão, no entanto, dividiu opiniões. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já incluiu os dois medicamentos em sua lista de remédios essenciais. Além disso, tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 2264/2024, de autoria do deputado Damião Feliciano (União-PB), que determina a obrigatoriedade da oferta dos fármacos pelo SUS. A proposta deve ampliar o debate sobre a relação entre custo, acesso e a urgência de políticas públicas voltadas ao enfrentamento da obesidade, considerada um problema de saúde crescente no Brasil.
Setembro marca uma data importante na conscientização sobre a saúde mental no Brasil: os 11 anos do Setembro Amarelo, movimento nacional voltado à valorização da vida e à prevenção do suicídio. Em 2025, o Centro de Valorização da Vida (CVV) dá continuidade à campanha com o tema “Conversar pode mudar vidas”, destacando a importância do diálogo como instrumento de acolhimento. O objetivo da iniciativa é incentivar a população a falar abertamente sobre sentimentos e a oferecer uma escuta atenta a quem enfrenta dificuldades emocionais. A voluntária Eliane Soares ressalta que pequenos gestos de empatia podem fazer toda a diferença. O CVV oferece apoio emocional gratuito em todo o país pelo número 188, disponível 24 horas, e também pelo site www.cvv.org.br. Todos os atendimentos são realizados por voluntários capacitados, garantindo sigilo e respeito à individualidade de cada pessoa. Desde 2015, o Setembro Amarelo mobiliza instituições públicas e privadas, organizações da sociedade civil e cidadãos em prol da prevenção ao suicídio, reforçando a ideia de que o cuidado e a escuta podem salvar vidas.
A Comissão de Assuntos Sociais do Senado discutiu, nesta semana, o Projeto de Lei 2158/2023, que trata da liberação da venda de medicamentos em supermercados. O relator da proposta, senador Humberto Costa (PT-PE), apresentou alterações com o objetivo de reforçar a segurança sanitária no processo de comercialização. Entre as modificações, está a proibição da exposição dos remédios em gôndolas de autosserviço, exigindo que a entrega seja feita em balcão próprio. Além disso, o texto determina que o estabelecimento conte com farmacêutico em tempo integral para orientar os consumidores. A proposta original é de autoria do senador Efraim Filho (União-PB). Caso receba aprovação da Comissão de Assuntos Sociais, o projeto seguirá para análise na Câmara dos Deputados. O debate sobre a medida divide opiniões: enquanto defensores afirmam que a iniciativa amplia o acesso da população a medicamentos básicos, críticos apontam riscos à saúde se o controle não for rígidamente aplicado.
A Comissão de Assuntos Sociais (CAS) deve analisar, na próxima reunião, o Projeto de Lei 126/2025, que estabelece um marco regulatório para vacinas e tratamentos oncológicos no Brasil. A proposta é de autoria da senadora Dra. Eudócia (PL-AL) e conta com parecer favorável do senador Flávio Arns (PSB-PR). O texto prevê que vacinas contra o câncer e medicamentos utilizados no tratamento da doença sejam disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, cria um fundo nacional destinado a financiar pesquisas científicas e tecnológicas voltadas ao desenvolvimento de terapias inovadoras na área da oncologia. Se aprovado na CAS, o projeto seguirá para as demais etapas de tramitação no Congresso. A expectativa é que a medida fortaleça tanto o acesso da população a tratamentos de ponta quanto o incentivo à produção científica no país.
A Comissão de Direitos Humanos do Senado aprovou nesta semana o PL 2847/2022, que busca incentivar ações de prevenção ao sofrimento psíquico de adolescentes e jovens. O projeto propõe capacitar profissionais de saúde, fomentar redes de apoio entre os próprios jovens e aprimorar a coleta de dados sobre suicídio e automutilação. Segundo a relatora, senadora Damares Alves (Republicanos-DF), a falta de informações confiáveis dificulta a criação de políticas públicas efetivas para a saúde mental da juventude. Com a aprovação, o texto agora segue para análise da Comissão de Assuntos Sociais, onde receberá pareceres adicionais antes de avançar no processo legislativo.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou na sexta-feira (05) a proibição da fabricação, comercialização, importação e uso de 32 suplementos alimentares da empresa Ervas Brasillis Produtos Naturais Ltda. A medida, publicada no Diário Oficial da União, também determina a apreensão de todos os lotes que ainda estejam em circulação. A decisão da Anvisa foi tomada após uma inspeção constatar que os produtos eram produzidos em um local sem licença sanitária, em condições insalubres e sem obedecer às boas práticas de fabricação de alimentos. Além disso, a agência proibiu qualquer tipo de propaganda ou distribuição dos suplementos. Segundo o Decreto-Lei 986/1969, fábricas que manipulam ou transportam alimentos precisam ter autorização prévia da vigilância sanitária. A ausência dessa licença torna a produção ilegal, sujeita a interdição e apreensão. Entre os produtos proibidos estão diversas marcas e tipos de suplementos, como creatina, colágeno, cafeína com taurina, maca peruana, ômega 3, magnésio treonato e óleo de girassol ozonizado, incluindo todos os lotes produzidos pela empresa. A Anvisa alerta consumidores a não utilizarem os suplementos listados e a procurarem orientação em caso de dúvida sobre produtos adquiridos no mercado.
O secretário de Saúde de Piatã, Igor Teles, esteve na última sessão da Câmara de Vereadores e falou sobre a implantação do SAMU 192 no município. Segundo ele, os profissionais já foram capacitados e a base descentralizada do serviço passou por vistorias. A expectativa é que o SAMU comece a funcionar já no início de setembro, garantindo mais rapidez e segurança nos atendimentos de urgência e emergência.
A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) revelou na quarta-feira (27) que, há um mês, recebeu o diagnóstico de câncer de mama. Ela passou por cirurgia para remoção do tumor no dia 31 de julho e iniciará sessões de radioterapia na próxima semana. Em mensagem publicada nas redes sociais, Damares afirmou que se encontra bem e destacou a importância do diagnóstico precoce. A senadora também lembrou que o Senado aprovou recentemente um projeto de lei que reduz a idade mínima para mamografia na rede pública de saúde de 40 para 30 anos. Damares garantiu que continuará suas atividades parlamentares e reforçou seu compromisso com o trabalho no Distrito Federal. Ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos no governo Bolsonaro, Damares se destacou nacionalmente por suas posições polêmicas, como a afirmação de que “menino veste azul e menina veste rosa” e por atuar nos bastidores em um caso de aborto legal envolvendo uma menina de 10 anos vítima de estupro.
A partir desta terça-feira (26), mulheres atendidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, já podem realizar gratuitamente o teste molecular de DNA-HPV, voltado para a detecção precoce do papilomavírus humano. O exame foi desenvolvido integralmente no Brasil pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), em parceria com a Fiocruz e o Governo do Paraná. Ele é capaz de identificar 14 tipos do vírus antes mesmo do surgimento de lesões ou do avanço para o câncer em estágio inicial. O público-alvo são mulheres entre 25 e 64 anos, que podem ter acesso ao teste durante a consulta ginecológica nas policlínicas especializadas do município. Segundo o Ministério da Saúde, a nova tecnologia substituirá gradualmente o exame Papanicolau, que continuará sendo aplicado apenas em casos de confirmação após resultado positivo no DNA-HPV. Entre os diferenciais, está a maior precisão na leitura do material genético e a periodicidade: se o resultado for negativo, a paciente só precisa refazer o exame após cinco anos, diferente do Papanicolau, que exige acompanhamento mais frequente. Além de reduzir exames desnecessários e intervenções invasivas, o DNA-HPV amplia o alcance do rastreamento, garantindo atendimento de qualidade até mesmo em regiões com menor infraestrutura de saúde.
O Sistema Único de Saúde (SUS) começou a oferecer um exame inovador voltado à detecção precoce do câncer de colo de útero. A ação faz parte da política “Agora Tem Especialistas” e estará disponível em todas as regiões do país até o final deste ano. A iniciativa visa ampliar o acesso a diagnósticos precoces, facilitando o tratamento e aumentando as chances de cura. Com a implementação do exame, o SUS reforça seu compromisso com a saúde da mulher e a prevenção de doenças graves em todo o território nacional.
Uma mulher de 38 anos morreu em decorrência de um tipo raro de câncer relacionado ao uso de próteses de silicone. O caso, acompanhado pelo Hospital de Amor, em Barretos (SP), foi registrado em artigo publicado na revista Annals of Surgical Oncology e representa o primeiro relato brasileiro de carcinoma espinocelular ligado a implantes mamários (BIA-SCC, na sigla em inglês). Segundo o mastologista Idam de Oliveira Júnior, que acompanhou a paciente e é um dos autores do estudo, desde 1992 foram documentados apenas 17 casos semelhantes no mundo. A mulher havia colocado as próteses aos 20 anos e, cerca de 20 anos depois, começou a perceber alterações na mama esquerda, incluindo inchaço e acúmulo de líquido. Exames de imagem indicaram a necessidade de remoção do implante, mas a biópsia revelou a presença de células malignas na cápsula que envolve a prótese. Quando chegou ao hospital, o tumor já estava avançado, atingindo músculos e ossos do tórax. Apesar da cirurgia e do início da quimioterapia, a doença recidivou rapidamente, espalhando-se para o fígado e outros órgãos. A paciente faleceu oito meses após o diagnóstico.