Operador 88
O aumento de casos de envenenamento por metanol no Brasil fez com que o governo federal acelerasse medidas emergenciais para garantir o acesso ao fomepizol, antídoto considerado padrão mundial para esse tipo de intoxicação. O medicamento não é fabricado nem comercializado no país, o que levou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a acionar autoridades internacionais e publicar um chamamento global para localizar estoques disponíveis. Segundo a Anvisa, já foram estabelecidos contatos com órgãos reguladores dos Estados Unidos, União Europeia, Canadá, Reino Unido, Japão, China, Argentina, México, Suíça e Austrália. O objetivo é reduzir a burocracia e permitir que o produto chegue rapidamente aos hospitais brasileiros. O fomepizol é essencial porque bloqueia a conversão do metanol em substâncias altamente tóxicas, responsáveis por danos neurológicos e hepático. Na ausência do remédio, médicos recorrem ao etanol grau farmacêutico como alternativa temporária, mas especialistas alertam que essa estratégia não é tão eficaz e envolve riscos adicionais ao paciente. Além da corrida pelo antídoto, o Ministério da Saúde mobilizou laboratórios de referência — entre eles o Lacen do Distrito Federal, o laboratório municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz — para analisar bebidas suspeitas. Equipes de vigilância sanitária também iniciaram fiscalizações em diferentes estados, em busca de produtos adulterados que possam estar em circulação. Enquanto a rede hospitalar aguarda a chegada do fomepizol, o Ministério reforça que qualquer suspeita de intoxicação deve ser comunicada imediatamente ao Disque-Intoxicação (0800-722-6001), serviço nacional que integra 13 centros especializados.
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