Aliane Aguiar
O jornalismo e a cultura baiana perderam, na noite de quarta-feira (02), uma de suas maiores vozes. A jornalista Wanda Chase, de 62 anos, faleceu em Salvador devido a complicações de um aneurisma dissecante da aorta. Reconhecida por sua atuação marcante na TV Bahia e pelo compromisso com a valorização da cultura negra, Wanda deixa um legado de mais de três décadas no jornalismo. Natural do Amazonas, chegou à Bahia em 1991 e se consolidou como uma referência na comunicação, passando por veículos como Rede Manchete, TV Cabo Branco e Rede Globo Nordeste. Foi na TV Bahia, afiliada da Globo, que construiu uma trajetória admirada, destacando-se na cobertura de temas sociais e culturais. Além do trabalho na televisão, Wanda também atuou como assessora de imprensa do Olodum e usou sua visibilidade para ampliar discussões sobre representatividade e questões raciais. Mesmo após a aposentadoria, manteve-se ativa como colunista do iBahia e participante de projetos em podcasts. Sua influência permaneceu forte até os últimos dias, quando começou a enfrentar problemas de saúde. Inicialmente diagnosticada com uma infecção urinária e intestinal, teve o quadro agravado, levando à descoberta do aneurisma. Submetida a uma cirurgia de emergência na tarde de quarta-feira, não resistiu às complicações do procedimento. Ao longo de sua carreira, Wanda recebeu 45 prêmios, incluindo honrarias por sua atuação na luta antirracista e na promoção da cultura afro-baiana. Sua trajetória permanece como inspiração para o jornalismo e para a defesa da identidade e história do povo negro na Bahia e no Brasil.