Em setembro, o Brasil registrou um déficit de US$ 6,5 bilhões em suas contas externas, segundo o relatório do Banco Central (BC) divulgado nesta terça-feira (29). No mesmo mês do ano anterior, o saldo das contas correntes havia mostrado um superávit de US$ 268 milhões. No acumulado dos últimos doze meses até setembro de 2024, o déficit em transações correntes totalizou US$ 45,8 bilhões, representando 2,07% do Produto Interno Bruto (PIB). No que diz respeito à balança comercial, o Brasil teve um superávit de US$ 4,8 bilhões em setembro, embora tenha diminuído em relação ao saldo positivo de US$ 8,5 bilhões no mesmo mês de 2023. As exportações de bens alcançaram US$ 29 bilhões, um leve aumento de 0,3% em relação ao ano anterior.
Por outro lado, as importações de bens totalizaram US$ 24,2 bilhões, um aumento significativo de 18,4%. O déficit em renda primária aumentou para US$ 6,5 bilhões, subindo para US$ 1,5 bilhão em comparação com setembro de 2023. Já a renda secundária apresentou um superávit de US$ 181 milhões, uma queda de US$ 133 milhões em relação ao ano anterior. A conta de serviços também mostrou um déficit elevado, totalizando US$ 5 bilhões, em comparação a US$ 3,5 bilhões em setembro de 2023, o que representa um aumento de 44,4%.
As despesas líquidas com serviços de transporte, aluguel de equipamentos, telecomunicações e serviços de propriedade intelectual também cresceram, refletindo uma pressão crescente sobre as contas externas. Além disso, as despesas com viagens internacionais aumentaram 16,2%, alcançando US$ 783 milhões, em decorrência de uma redução de 6,4% nas receitas, que ficaram em US$ 530 milhões, e um aumento de 5,9% nas despesas, que totalizaram US$ 1,3 bilhão. Esses dados refletem um cenário desafiador para a economia brasileira, evidenciando a necessidade de atenção às transações externas e suas implicações.
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