Operador 88
Um estudo recente do Banco Central revelou uma situação preocupante: em agosto, cerca de R$ 3 bilhões do Bolsa Família foram gastos em casas de apostas online. O levantamento indicou que 5 milhões de beneficiários do programa, de um total de 20 milhões, destinaram, em média, R$ 100 a essas plataformas, utilizando o sistema de pagamento Pix. O dado mais alarmante é que 70% desses apostadores são chefes de família, responsáveis por gastar aproximadamente R$ 2 bilhões em apostas.
A investigação foi solicitada pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que agora busca medidas legais para enfrentar o problema. Aziz pretende acionar a Procuradoria-Geral da República (PGR) para suspender temporariamente todas as plataformas de apostas eletrônicas no Brasil até que haja uma regulamentação federal adequada. Ele destacou a seriedade da questão, afirmando que o uso de recursos de programas sociais em jogos de azar coloca em risco a subsistência de milhões de famílias de baixa renda. O relatório do Banco Central considerou apenas as transações realizadas via Pix, abrangendo apostas esportivas e cassinos online. No entanto, especialistas acreditam que o valor total pode ser ainda maior, uma vez que outros métodos de pagamento, como cartões de crédito e débito, não foram incluídos no levantamento. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, também demonstrou preocupação com o crescimento expressivo das transferências para plataformas de apostas, que aumentaram 200% desde o início do ano. Ele alertou para o impacto negativo desse comportamento no aumento da inadimplência entre as famílias beneficiadas. Em resposta, o Ministério da Fazenda, sob a liderança de Fernando Haddad, anunciou que todas as plataformas de apostas que não buscarem autorização para operar no Brasil até o fim de setembro serão suspensas. O ministro descreveu a disseminação das apostas como uma "pandemia" e reforçou a necessidade urgente de regulamentar o setor. A intenção é proteger os cidadãos, especialmente os mais vulneráveis, da dependência financeira e psicológica causada pelos jogos de azar, assegurando que os recursos do Bolsa Família sejam destinados ao seu objetivo original: garantir o sustento das famílias em situação de vulnerabilidade.
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