Fala do Jornalista Raimundo Marinho
Por: Redação do Jornal da 88
Jornalista RAIMUNDO MARINHO
Adaptação da fala na Rádio 88 FM, 25.08.2023
Briga por precatórios Os servidores da Educação Básica da BA brigam, novamente, pelo dinheiro dos precatórios do Fundef. O governo federal liberou a 2ª parcela das três em que o pagamento foi dividido, no total de R$9,75 bilhões. A 1ª parcela foi de R$3,9 bilhões e as demais de R$2,92 bilhões cada. São diferenças de repasses obtidas na Justiça, pelo Estado. Pela Lei, 60% do Fundo são para ações que valorizem os docentes, como remuneração digna, e 40% para outras ações de melhoria do ensino. Não há previsão legal de dar dinheiro, mas os gestores, em atitude política, estão fazendo isso, sob pressão de sindicatos e servidores.
Na Bahia, o então governador Rui Costa anunciou que daria R$2,8 bilhões da 1ª parcela, mas deu apenas metade R$1,4 bilhões, e não disse onde aplicou o resto. Servidores e sindicatos nunca falaram nada. Agora, na 2ª parcela, o governador Jerônimo Rodrigues diz que só vai dar 20%, ou seja, R$584 milhões, de um total de R$1,75 bilhão. Os professores entraram em greve e o governador disse que vai descontar dos salários os dias parados. O projeto regulando o pagamento, sem juros nem correção monetária, foi aprovado ontem à noite, na Assembleia Legislativa.
Morte de Getúlio Ontem, fez 69 anos da morte do ex-presidente Getúlio Vargas, um dos mais populares da História do Brasil, que se suicidou com um tiro no peito, aos 72 anos de idade, ao saber que os comandos militares exigiam que ele se licenciasse do cargo, como saída para a grave crise que o país enfrentava. Foi presidente por duas vezes (1930-1945/1951-1954), inclusive como ditador, a partir da chamada revolução de 1930. Era chamado de Pai dos Pobres, e sua morte deixou o país perplexo. Ele deixou a chamada Carta Testamento, dirigida aos brasileiros, relatando as tramoias políticas para derrubá-lo.
Entrevista Embasa Na entrevista aqui no Jornal da 88, ontem, o gerente regional da Embasa, com sede em Caetité, Manoel Mateus, não conseguiu explicar a constante falta d’água em nossa cidade. Evitou reconhecer que o sistema está defasado e considera a oferta de água tratada compatível com a demanda da população. Demonstrou não conhecer a estrutura de coleta, que é uma gambiarra pongada na Barraginha do DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra a Seca), quando deveria ser uma estação de captação. Admitiu faltar manutenção e fiscalização na rede de distribuição, ao dizer que há muita perda de água e até gatos, chegando a desviar mais do dobro da que é usada em toda cidade. Isso é grave!
Falou que há folga na produção de água tratada. Então, por que falta água? Seria má gestão operacional? Disse que a autora de Iguatemi foi meta do novo contrato de concessão. Não é verdade, pois esse contrato foi assinado em setembro de 2019 e a adutora foi autorizada pelo governador em janeiro de 2018, mais de um ano antes, quando visitou Livramento e assinou a ordem de serviço. Manoel falou que a extensão de rede de água para Iguatemi não afeta o abastecimento geral. Como não afeta, se dobra a quantidade de usuários? Foi perguntado e não explicou a inadimplência da Embasa, ao ignorar os serviços de esgoto, no contrato anterior, e não cumprir as metas do contrato atual, para 2019-2022, cujos relatórios ainda não foram divulgados.
Por último - Carta Testamento de Getúlio Vargas! Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória.
Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História. (RJ, 23/08/1954 - Getúlio Vargas)
