Fala do Jornalista Raimundo Marinho


Fala do Jornalista Raimundo Marinho

Por: Redação do Jornal da 88

Jornalista RAIMUNDO MARINHO
Transcrição adaptada da fala na Rádio 88 FM – 26.07.2023

Na casa dos outros Circula no Zap uma foto com cuja legenda diz que o senador Otto Alencar recebeu, em Salvador,  o prefeito de Livramento, Ricardo Ribeiro, com vereadores e o pré-candidato a prefeito do vizinho Rio de Contas, Célio Evangelista. Nada foi dito sobre o papel de Ricardo Ribeiro infiltrado naquele grupo político de oposição a prefeito de outro município, Dr. Cristiano Azevedo. Soa como intromissão, a meu ver tendenciosa e indevida, na vida de outra comunidade, o que pode ser interpretado como uma afronta à população de lá.

Oposição está apática Há quem acredite ser fácil para o prefeito  Ricardo Ribeiro eleger o sucessor, em Livramento. E talvez seja mesmo, não por ter candidatos convincentes, e sim por falta de oposição. Seu tradicional opositor, Dr. Emerson Leal, parece que se aposentou da política. Sem novas lideranças, seus adversários agora jogam solto, sem opção para o eleitor, o que pode resultar em completa desqualificação de nossa política e da gestão municipal. Justo, agora, que mais precisávmos de gente inteligente e preparada, para resolver nossos graves problemas, por exemplo, nas áreas da  saúde, educação e saneamento básico.

Plano de Saneamento E por falar nisso, onde foi parar o PMSB (Plano Municipal de Saneamento Básico) de Livramento e o Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS)? Resíduos sólidos são o lixo da cidade. A Saneando-Projetos de Engenharia, empresa contratada pelo Estado para elaborar esses  planos, já levantou todos os dados necessários, em parceria com o município, e divulgou o relatório final, por sinal muito bem feito, em junho do ano passado. Porém, não se ouviu mais falar no assunto! A população foi mobilizada, pela prefeitura, para colaborar com esse trabalho inicial. Então, merece explicações!

Para refletir Enquanto andava por entre construções de cimento armado, sentindo cheio de pneus e descargas poluidoras, na movimentada soterópolis, eis que vejo  um pedaço de mato, e uma placa que diz: “Área de Preservação Ambiental”. Era um tantinho que restou da outrora densa mata atlântica, que era só dos bichos e dos índios! Tão restrito aquele pedacinho de mato, que quase não se vê, sufocado pela invasão urbanística.  Ainda assim, todos os dias, por volta de 6 horas, ali canta, firme e forte, um pequeno pássaro. A plenos pulmões, faz ecoar do seu pequeno bico uma música encantora, é a própria natureza a cantar. É sua  missão de vida, cantar, sem se importar se há ou não alguém escutando. Tento localizá-lo, naquele pedaço de mato, mas não consigo, de tão miudo que é. Ninguém parece se importar com ele! Pessoas me olham desconfiadas, talvez achando que eu seria mais um dos doido que perambulam pela cidade, não vendo que eu estava a escutar o animalzinho cantante. 

Há quanto tempo  será que vive ali, vendo milhares de pessoas passarem, indo para o nada da vida, ou também cumprindo suas missões? O certo é que ele nem se abala com os ruidos humanos, as buzinas e motores, na loucura da metrópole. Os anos se passaram, a mata foi quase toda destruida, mas aquele passarinho ficou ali, num pedaço restrito de mato, a continuar a missão dos seus ancestrais, que alí viveram, há milhares de anos, quando os portugueses nem sabiam que Pindorama existia. Nem sei de que espécie é, mas ele está lá, cedinho, para cantar, no que lhe restou da vastidão da mata. Não desistiu dessa missão que Deus lhe deu! Não falha! Quando, um dia, tombar, terá deixado a beleza do seu canto incorporado ao grito da natureza!