Depois de seca severa nos últimos quatro anos, Sudoeste baiano retoma criação de gado


Depois de seca severa nos últimos quatro anos, Sudoeste baiano retoma criação de gado

Por: Redação Jornal da 88

Os pecuaristas do sudoeste da Bahia estão retomando a criação do gado de corte quatro anos após uma grande seca na região matar mais de 160 mil cabeças, cerca de 25% do rebanho local na época.

O trabalho de recuperação vem como resposta a um dos períodos mais críticos da pecuária na região. A estiagem forçou mudanças no manejo.

Hoje, os produtores conseguem engordar o gado com mais agilidade e ter o dinheiro na mão rapidamente. “Já conseguimos recuperar 16% e precisamos de mais um tempo talvez três, quatro anos a mais para recuperar o nosso rebanho em sua totalidade. Para isso, precisa da chuva retornando para sua normalidade”, diz Marcelo Ferraz, diretor do Sindicato Rural de Itapetinga, um dos 14 municípios que compõem a região.

Historicamente o sudoeste da Bahia não sofre tanto com a seca quanto o sertão do estado. A região costumava ter um índice de chuva de 900 milímetros, mas a média foi caindo ano após ano até chegar a 185 milímetros em 2016. Mesmo sem a normalidade das chuvas, o produtor Genildo Borges foi um dos que já conseguiram recuperar o rebanho por completo.

A estratégia foi antecipar as vendas de parte dos animais. Teria dito Genildo: "nós tomamos a decisão na hora certa. A gente tinha um rebanho de 1 mil animais e reduzimos para 700, e a gente conseguiu passar por aquela fase muito ruim mas sem perder animal nenhum", afirmou.

Os reflexos da seca de 2015 também podem ser percebidos nos abatedouros. Em um frigorífico de Vitória da Conquista que abatia algo em torno de 800 animais por dia, o fluxo ainda não voltou ao normal. Atualmente, são cerca de 600 cabeças e muitas delas são fêmeas que estão ocupando o lugar do boi gordo.