Rádio 88 FM

Fala do Jornalista Raimundo Marinho

  • Por Redação da Rádio 88 FM

  • 24.Abr.2023 // 00h00

  • Geral

Fala do Jornalista Raimundo Marinho

Jornalista RAIMUNDO MARINHO
Transcrição adaptada da fala na Rádio 88 FM – 24.04.2023

São Jorge Guerreiro Como lembrei, 6ª feira, abril é rico de efemérides. Hoje, por exemplo, é “Dia do Boi”, ao mesmo tempo, dia da perversidade contra o animal, no Rio Grande do Sul, onde é “Dia do Churrasco e do Chimarrão”. Mas nosso destaque é para o Dia de São Jorge, ontem (23), domingo, o guerreiro, cultuado no catolicismo e cultos afros. Ele nasceu no séc. III, na Capadócia, hoje Turquia (entre Ásia e Europa). Ele se mudou para a Palestina, onde se torna militar. Como Santo Expedito, negou-se a renegar o cristianismo e foi degolado pelo mesmo imperador Deocleciano, perseguidor dos cristãos. Jorge teria matado o dragão, simbolizando o bem vencendo o mal. Um trecho da famosa oração ao santo diz: Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. 

Viravoltas na Capital Imagens e informações recentes vindas de Brasília aquecem as análises sobre a invasão e depredação da sede da República, em 8/01. Para uns, foi vandalismo, para outros, terrorismo. E quem são os culpados? Há pedido de CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito, que envolve Câmara e Senado), para apurar, e que o governo tentava impedir, levantando a suspeita de que teria culpa, ao invés de ser vítima. Mas as imagens divulgadas pela TV CNN/Brasil mudam tudo, e comprometem o Palácio do Planalto. O ministro e servidores do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República) foram flagrados em clara recepção e apoio aos invasores, ao invés de rechaçá-los. A instalação da CPMI, que era boicotada pelo governo e procrastinada pelo presidente do Senado, agora se mostra irreversível. Pelas imagens e outros fatos divulgados, o governo não parece vítima e sim apoiador. E passa a querer a CPMI, certamente para tentar implodi-la.

Balanço da Embasa A Embasa diz que, em 2022, investiu R$1,15 bilhão para ampliar e melhorar sistemas de água e esgoto, na Bahia. E que teve um lucro líquido de R$456,8 milhões, 18% a mais que em 2021. Diz ainda que leva água a 367 dos 417 municípios, e esgoto a 114. Não divulgou o total recebido dos usuários, mas se estima seja umas cinco vezes mais que o investimento. Só em Livramento, o faturamento estaria acima de R$15 milhões por ano. Todo o dinheiro das contas que os usuários pagam vai direto para o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social), para cobrir financiamentos. Queremos que o governo e a direção da Embasa digam quando vai ampliar e melhorar os sistemas de água e esgoto de Livramento. Aqui, não existe mais esgoto, e o sistema de água está defasado, segundo avaliação da ANA (Agência Nacional de Águia), salvo engano, feita em 2005. 

Em céu de brigadeiro A Embasa sempre foi folgada, por aqui, em navegando em céu de brigadeiro. Passou 20 anos (1998-2018), sem cumprir a cláusula contratual que a obrigava a fazer o tratamento do esgoto. Nenhum prefeito e nem vereadores cobraram isso dela. Saiu ilesa! Em 2019, renovou a concessão, em um contrato de programa, que viola a Lei do Saneamento. Tudo feito de forma açodada, para escapar da licitação prevista novo marco regulatório do setor, cujo projeto de lei tramitava no Congresso Nacional. Esse tal contrato prevê o cumprimento de metas, por etapas, de quatro em quatro anos, até 2048. A 1ª etapa (2019-2022) não foi cumprida, nunca se falou dela e nem se sabe o que previa ser feito. Omissão total, também, sobre a 2ª etapa, que deveria ter sido divulgada em 30.06.2022 e não foi. Tudo sob a complacência e conivência da contratante, que é a gestão municipal! O objetivo da lei seria atender a população, plenamente, com água potável e esgoto tratado.

Para refletir Vamos relembrar, hoje, a historinha do monge budista que meditava, com seus discípulos, em um mosteiro Zen, no Japão, dedicado à meditação contemplativa, em busca do conhecimento da realidade e de uma vida tranquila, através do controle da mente. Enquanto meditavam, um terremoto começou a sacudir a região, balançando as coisas do templo. Nessa hora, um dos discípulos, que era estrangeiro, levanta-se e começa a correr para fora do mosteiro. Mas percebeu que apenas ele parou de meditar e saiu correndo. O mestre e os outros discípulos, todos japoneses, não se moveram, continuaram na meditação. E o discípulo que saia desiste e volta, envergonhado. Depois da meditação, cessado o tremor da terra, o discípulo estrangeiro pergunta ao monge: “Mestre, por que ninguém procurou fugir, na hora do terremoto, apenas eu?” O monge responde com outra indagação: “Meu filho, onde era o terremoto?” O discípulo, claro, respondeu que era lá fora! E o monge, então, diz: “E você queria fugir justamente para lá?” E explica: “Ora, se o terremoto era lá fora, o único lugar seguro para se proteger, é dentro der si mesmo. Por isso, não saímos!”. Que tal trazer essa historinha para o nosso quotidiano, onde várias coisas, muitas vezes tolas, parecem verdadeiros terremotos em nossa vida! Pensem nisso!